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Saiba quem é a vereadora processada pelo padre Júlio Lancellotti

Vereadora eleita pede que moradores não alimentem pessoas em situação de rua A vereadora Janaina Ballaris (União), de Praia Grande, no litoral de São Paulo...

Saiba quem é a vereadora processada pelo padre Júlio Lancellotti
Saiba quem é a vereadora processada pelo padre Júlio Lancellotti (Foto: Reprodução)

Vereadora eleita pede que moradores não alimentem pessoas em situação de rua A vereadora Janaina Ballaris (União), de Praia Grande, no litoral de São Paulo, que foi processada pelo padre Júlio Lancellotti por calúnia e difamação, tem 49 anos e é casada com Whelliton Augusto Silva, ex-jogador do Flamengo e do Santos FC. Conforme apurado pelo g1 nesta quarta-feira (29), esta não é a primeira vez que a parlamentar se envolve em polêmicas (veja mais abaixo). O pároco entrou com uma ação judicial contra a vereadora, solicitando R$ 30 mil de indenização por danos morais. Na última semana, o juiz negou o pedido após considerar que a mulher não ofendeu Lancellotti ao associá-lo a um assistencialismo midiático em entrevista concedida a uma rádio. 🔎Assistencialismo é um termo usado para descrever ações que buscam ajudar pessoas em situação de vulnerabilidade através de benefícios imediatos. Esta prática pode causar dependência, sem promover mudanças estruturais que solucionem o problema. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 Santos no WhatsApp. Conforme divulgado no site da Prefeitura de Praia Grande, Janaina é formada em Direito, pós-graduada em Direito Administrativo e Constitucional e especialista em Direito Eleitoral e Esportivo. Ela tem dois filhos e é esposa do ex-atleta, que também já foi vereador da cidade. Padre Júlio Lancellotti entrou com um processo contra a vereadora Janaina Ballaris (União), de Praia Grande (SP) Reprodução/Instagram Janaina foi eleita vereadora pela primeira vez em 2012, sendo reeleita em 2016 e 2024. Em 2020, a parlamentar foi candidata a prefeita da cidade, mas ficou em quarto lugar na disputa pelo cargo, com 11.545 votos (8,17%). Em 2017 e 2018, ela foi eleita segunda secretária da Câmara Municipal e, nos dois anos seguintes, passou para vice-presidente. Ainda segundo a prefeitura, Janaina foi a única mulher a permanecer por duas gestões consecutivas na mesa diretora da cidade. Atualmente, a vereadora também ocupa os cargos de vice-líder do governo na Câmara Municipal, presidente da Comissão Especial de Vereadores (CEV) de Segurança Pública e relatora da Comissão de Participação Legislativa. Polêmicas Vereador de Praia Grande (SP), Whelliton Silva tem a genitália exposta sem querer pela esposa na internet Reprodução Em 2021, o Ministério Público (MP) denunciou a vereadora por crime de caixa dois nas eleições de 2012. De acordo com o órgão estadual, Janaina teria omitido a prestação de contas do partido no pleito. Na ocasião, a Justiça Eleitoral acatou a denúncia. No mesmo ano, ela foi condenada em primeira instância a pagar uma indenização de R$ 7 mil por danos morais para um estudante. O processo foi aberto após Janaina publicar nas redes sociais uma foto de um grupo de WhatsApp, em que aparecem os dados pessoais do jovem. Dois anos depois, a vereadora viralizou após expor a genitália do marido em um vídeo publicado nas redes sociais (veja acima). Na época, ela explicou que o 'vazamento' aconteceu por acaso e sugeriu que os críticos "plantassem berinjelas". Em 2024, a Justiça condenou a vereadora e o marido a indenizar em R$ 20 mil uma advogada por ofensas feitas na internet, mas o casal recorreu e conseguiu reverter a decisão. A profissional conheceu o casal quando representou uma mulher que denunciou o ex-jogador por estupro, em 2022 -- esta investigação contra Whelliton foi arquivada. Embate com o padre Padre Júlio Lancellotti entrou com um processo contra a vereadora Janaina Ballaris (União), de Praia Grande (SP) Reprodução e Victor Angelo Caldini/Reprodução/Instagram As declarações da parlamentar à rádio CBN Santos foram feitas em dezembro de 2024, cerca de uma semana após o padre compartilhar um vídeo de Janaina e escrever na legenda da publicação: "Impressionante, vereadora eleita de Praia Grande". Nas imagens, ela orientou moradores a não alimentarem ou darem dinheiro a pessoas em situação de rua (assista no topo da reportagem). A vereadora foi questionada sobre o atrito com o padre durante a entrevista na rádio e disse: "Eu acho que dar assistência é diferente do assistencialismo. O assistencialismo é fazer o que o padre faz, que é louvável, dar comida, mas dar assistência é você encaminhar [...] O assistencialismo é fácil, você faz bonito para todo mundo ver". O advogado do padre, Nicholas Berro, apontou no processo que a parlamentar também fez uma publicação dizendo que Lancellotti recebe dinheiro do governo e que iria se encontrar com um vereador para investigar a situação (veja abaixo). Story sobre o padre Júlio publicado por Janaina foi anexado ao processo (à dir.) Redes sociais Janaina afirmou ao g1 que sempre respeitou o padre e chegou a ir pessoalmente à Paróquia São Miguel Arcanjo para tentar conversar. "Ele escolheu o caminho judicial. A Justiça reconheceu que não houve ofensa e que as minhas falas estavam protegidas pela liberdade de expressão. Que possamos seguir com serenidade porque a democracia se constrói com diálogo", destacou ela. Cabe recurso da decisão em primeira instância. O g1 tentou contato com o padre, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem. A defesa dele também não foi localizada. Processo O padre pediu R$ 30 mil de indenização por danos morais, afirmando que as declarações de Janaina foram ofensivas e difamatórias. Segundo o documento, ele teve a honra, imagem e reputação comprometidas com as alegações de que recebia dinheiro público e praticava assistencialismo. Na sentença do último dia 21, o juiz Gustavo Coube de Carvalho, da 5ª Vara Cível de São Paulo, julgou improcedente a solicitação do padre e o condenou a pagar os honorários advocatícios, além das custas e despesas processuais. O magistrado explicou que a declaração de assistencialismo foi uma discordância da vereadora sobre a atuação de Lancellotti, e a afirmação de que ele recebe verba do governo não configura acusação, destacando "que existem diversas formas lícitas de repasses e utilização de recursos públicos". VÍDEOS: g1 em 1 minuto Santos