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Postos investigados por ligação com o PCC seguem com bombas lacradas em Praia Grande

Polícia Civil cumpre mandados em posto de combustível ligado ao PCC em Praia Grande Os dois postos de combustíveis de Praia Grande que sofreram interdições...

Postos investigados por ligação com o PCC seguem com bombas lacradas em Praia Grande
Postos investigados por ligação com o PCC seguem com bombas lacradas em Praia Grande (Foto: Reprodução)

Polícia Civil cumpre mandados em posto de combustível ligado ao PCC em Praia Grande Os dois postos de combustíveis de Praia Grande que sofreram interdições durante a Operação Octanagem seguem com as bombas e bicos lacrados após serem flagrados vendendo gasolina fora de especificação e etanol em volume inferior ao indicado. Segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ainda não foi solicitada a desinterdição dos equipamentos, que devem passar por reparos. Os postos que sofreram interdições parciais em Praia Grande são o Auto Posto Quasar e Auto Posto Platinum, ambos de bandeira RodOil. Ao todo, seis estabelecimentos foram alvos da operação: três em Praia Grande, dois em Santos e um em Araraquara, no interior paulista. A ANP informou que o Auto Posto Quasar bicos e tanques de gasolina parcialmente interditados por estarem fora de especificação, fornecendo 90% de etanol. Já o Platinum teve interdição parcial de um bico de etanol por fornecer menos combustível do que o marcado. ✅ Clique aqui para seguir o novo canal do g1 Santos no WhatsApp. Os postos também foram notificados pelo Instituto de Pesos e Medidas de São Paulo (Ipem), que informou que o reparo das bombas autuadas deve ocorrer até esta sexta-feira (31). Após isso, haverá uma nova verificação do órgão. De acordo com a ANP, a interdição é uma medida cautelar aplicada para proteger o consumidor de irregularidades. Após sanar os problemas, os postos devem solicitar a desinterdição mediante documentos ou nova fiscalização. Bomba foi lacrada em posto de combustível em Praia Grande (SP) Leandro Guedes/TV Tribuna 🔎 As bombas lacradas fazem referência às estações de abastecimento dos postos. Em alguns casos, a interdição foi total; em outros, apenas determinados bicos foram lacrados. Como nem todas as bombas ou bicos foram afetados, os postos seguem em funcionamento. Os postos ainda foram autuados administrativamente, sujeitos a multas que variam de R$ 5 mil a R$ 5 milhões, além de penas de suspensão e revogação de sua autorização A ANP disse que as sanções são aplicadas somente após processo administrativo, no qual o estabelecimento tem direito à ampla defesa, conforme definido em lei. O g1 solicitou um posicionamento à empresa RodOil, mas não teve retorno. Auto Posto Quasar LTDA, localizado no bairro Vila Caiçara, foi lacrado durante a Operação Octanagem Leandro Guedes/TV Tribuna MAPA: onde ficam os postos de investigados na megaoperação contra o PCC Postos de combustíveis alvos da Operação Octanagem O que diz a RodOil? À época da operação, RodOil disse em nota que, desde março de 2025, antes mesmo da deflagração da operação Carbono Oculto, já havia identificado algumas inconsistências e iniciado o processo de distrato com alguns postos em questão, inclusive judicialmente. Esses contratos foram rompidos e os estabelecimentos estão em fase de retirada da marca. Os postos não são vinculados à Rodoil e sim vinculados à bandeira Rodoil, assim como tantas outras bandeiras. Todos os postos que entram na rede são devidamente autorizados a operar pelos órgãos competentes. Dos postos bandeirados com a marca RodOil e que foram citados na operação, todos já foram notificados para o distrato contratual e a remoção da marca. O AutoPosto Super Senna LTDA utilizava a marca da RodOil sem nenhum vínculo contratual e, desta forma, ilegalmente. A empresa atua desde o início deste ano para que a marca RodOil seja removida das unidades citadas. A companhia ainda disse que apoia as investigações e reafirma que não compactua, em hipótese alguma, com práticas ilegais. Operação Octanagem O nome da operação faz alusão ao termo usado para medir a capacidade de resistência do combustível ao ar. Segundo a polícia, o objetivo é atingir o lado “varejista” da organização criminosa, que continua em funcionamento mesmo depois da Carbono Oculto. Dono de uma série de postos de gasolina, Mohamad Hussein Mourad é o principal suspeito de comandar a lavagem de dinheiro do grupo criminoso PCC Reprodução/TV Globo Dos seis postos de combustíveis alvos da operação, cinco pertencem a Pedro Furtado Gouveia e um Luiz Ernesto Franco Monegatto. Gouveia e Monegatto foram alvos da Operação Carbono Oculto, por suposta relação com Mohamad Hussein Mourad, principal suspeito de comandar a lavagem de dinheiro do PCC, e que está foragido. Como o g1 mostrou em 4 de outubro, Gouveia é o maior dono de postos entre os alvos da Operação Carbono Oculto. Ele é sócio em ao menos 56 dos 251 estabelecimentos identificados pela reportagem a partir de registros oficiais da Receita Federal e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Procurada à época, a defesa de Gouveia não se manifestou. Monegatto é sócio em outros 13 postos. O g1 não conseguiu falar com a defesa dele à época. Elo com Mohamad Segundo as investigações, os seis postos têm ligação com Himad, primo de Mohamad e descrito na Operação Carbono Oculto como um dos expoentes da organização criminosa. Em junho de 2025, um investigador fez uma compra em junho de 2025 no Auto Posto Panamera, de Praia Grande (SP), que pertence a Pedro Gouveia, e notou que o comprovante de pagamento saiu em nome do Auto Posto Ímola, de Araraquara (SP). O Ímola pertence a Monegatto e, segundo o antigo dono, foi vendido a ele e a Himad, que não aparece no quadro societário dos estabelecimentos. Até março de 2025, Himad também foi sócio do Auto Posto Platinum, de Praia Grande (SP), e dos postos Super Senna, e Novo Milênio, de Santos (SP), todos atualmente pertencentes atualmente a Pedro Gouveia, assim como o Quasar, de Praia Grande (SP). Segundo o levantamento do g1, Himad é sócio direto de dez postos – mas a polícia suspeita que ele seja ligado a mais de 100. O g1 não conseguiu localizar a defesa do investigado. Carbono Oculto Deflagrada em agosto, a Operação Carbono Oculto reuniu cerca de 1,4 mil agentes para cumprir mandados de busca, apreensão e prisão com objetivo de desarticular um esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis, comandado por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Alvos de megaoperação do PCC são sócios em ao menos 251 postos de combustíveis A operação, considerada a maior da história do Brasil contra o crime organizado, teve como alvos mais de 350 pessoas e empresas suspeitas de ajudar o PCC a esconder o dinheiro obtido nos crimes – prática conhecida como lavagem de dinheiro. O grupo sonegou mais de R$ 7,6 bilhões em impostos federais, estaduais e municipais, segundo autoridades da Fazenda de SP. Quinze alvos da operação, supostamente ligados a esse esquema de lavagem, são sócios de ao menos 251 postos de combustíveis em quatro estados do país segundo levantamento feito pelo g1. Destes, 33 postos ficam em seis cidades da Baixada Santista, sendo 12 postos em Santos, 9 em Praia Grande, 6 em Guarujá, 3 em São Vicente, 2 em Cubatão e 1 em Mongaguá. Onze postos operam sem bandeira, enquanto os demais estão vinculados a Ipiranga (12), Rodoil (9), BR Petrobras (1). Nenhuma dessas distribuidoras foi alvo direto da operação. Infográfico: Como funcionava o esquema bilionário do PCC no setor de combustíveis Arte/g1 VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos